Um futuro de Paz e Amor II

Querido(a) amigo(a),

Uma vez, Nelson Rodrigues imortalizou uma frase de Otto Lara Resende, que se referia à tendência dos povos em serem solidários apenas "no câncer"; ou seja, nas tragédias ou na iminência delas...
É triste ter que constatar que isso pode ser verdade, pois há muito tempo eu não sentia tanta gente preocupada com a qualidade das relações interpessoais... há muito tempo eu não sentia ondas de boa vontade e correntes de solidariedade tão fortes como as que têm aparecido ultimamente, em função, é claro, dos lamentáveis atentados em Nova Iorque.
No entanto, amigo(a), fico me perguntando que solidariedade é esta. Afinal, entristecer-se diante de um hecatombe é um sentimento humano legítimo, mas pensar em vingança e retaliação chega a ser um paradoxo, pois todos nós sabemos que qualquer atitude violenta que venha a ser tomada para "compensar" tal ataque vai exatamente contra a idéia de paz, que é o que devemos desejar e buscar sempre, com toda a nossa força e nossa fé.
Mas, vamos deixar de falar nos incidentes em si, pois este é o momento de pensarmos que devemos exercer com mais empenho a amizade e todos os outros sentimentos humanos mais elevados, para construírmos, efetivamente, um mundo melhor. Por que temos que nos sensibilizar apenas diante do horror, diante da fome, das enchentes, terremotos e de outras tragédias naturais ou provocadas pelo homem?
Sabe, está na hora de sermos cada vez mais amigos, de nos preocuparmos cada vez mais com o próximo, com aquele ser humano com o qual nos encontramos todos os dias ou para o qual reservamos nossos pensamentos. Está na hora de telefonarmos para os amigos, de fecharmos as comportas de uma verdadeira "represa" de amor, ao ponto de vê-la transbordar e afogar toda a maldade reinante.
Precisamos nos preparar e colaborar para que possamos, um dia, viver com mais paz e mais amor!

Beijos, abraços e muita esperança do(a), (assinatura)