Rompimento
Rompendo com o "pão-duro"
(nome),
sabe que desde a primeira vez que nos encontramos eu achei que alguma coisa não fosse funcionar entre nós? Não que você fosse necessário você pagar a primeira conta inteira, mas não precisava ir logo arrancando a nota das mãos do garçon, sôfrego, desesperado, e dizendo: "- são tantos reais e tantos centavos para cada um, já que você pediu uma porção de batatas a mais do que eu!"
Tudo bem, dei um desconto. Afinal você poderia estar apenas nervoso por estar saindo comigo pela primeira vez; mas, aos poucos, saindo outras vezes e conversando com seus amigos, percebi que você reincide nessa prática de achar que todo mundo quer levar vantagem em cima de você.
Na verdade, você é do tipo que late no quintal pra economizar cachorro, guarda leite coalhado pra ver se a sua vó lhe faz um queijo, e é capaz de pedir souvenir em funerária para economizar fósforos.
Mas, tudo bem... O amor é lindo e, afora essa sua sovinice, comecei a notar algumas qualidades em você. Acontece, porém, que diante do que eu descobri ontem, fica impossível haver qualquer possibilidade de amor entre nós. Afinal, você resolve fazer macumba pra ficar comigo e, na hora de pagar o frango resolve levar um caldo Knorr? Onde já se viu?
Fique com o meu até nunca mais. Não precisa nem me escrever ou telefonar. Economize tempo, selos e impulsos. Aliás, nem sei porque perdi o meu tempo escrevendo tudo isso para você...
Tchau,
(assinatura)